sexta-feira, 17 de junho de 2016

MAHAR: de Universitário a Blogueiro


A primeira frase que ouvi dele foi:


_Muito prazer, José Rezende, mas pode me chamar de Jotabê porque José Rezende é um nome assim... muito INSS!...


Eu acabara de conhecê-lo, na Aula Magna, no início do curso na Faculdade de Direito do Catete, em 1972.


Vou gostar desse cara, pensei com meus botões. E ficamos amigos.


Uma noite ele chegou usando calça jeans e camisa de abotoar enorme, branca com estampados pretos, meio aberta no peito para suportar o final de verão no Rio.


Diante dos olhares de espanto dos nossos colegas de turma que usavam, invariavelmente, terno ou tailleurs, ele mesmo perguntou e respondeu:


- Gostaram do figurino? Essa camisa é a última moda na periferia!...


Naquele tempo ele já não se preocupava muito com elegância no vestir.


Para finalizar a descrição, ele era magro - como todos nós - e usava bigode com as pontas torcidas e espiraladas, como um jovem Salvador Dali, mas ele sempre corrigia: Salvador DAQUI...


Completamente apaixonado por automóveis, de vez em quando me chamava para dar uma volta na Alfa, mas havia um pré-requisito: O passeio tinha que ser à (moda) européia, isto é, com o cinto de segurança afivelado. E lá íamos nós, Mahar ao volante, Paulinho ao lado e no banco de trás São Cristóvão (Valei-me!!!) e eu, fazer os pneus cantarem na Estrada das Canoas, à noite. Em alguns trechos ele apagava os faróis...


O tempo passou e em 1980 reencontrei Jotabê no Arpoador.


Lá ele era o Mahar com a Honda 500 Four prateada e muitas histórias para contar, falando ou escrevendo. Percebi que ele era uma das figuras mais conhecidas do motociclismo carioca.





Espirituoso, bem falante, simpático como sempre, apresentou-me aos amigos e fiquei enturmado. Uma das primeiras pessoas que conheci através dele foi a Dra.Iaci.





E o Arpoador virou mania. Era o ponto de encontro da turma o ano inteiro, mas no Carnaval o Arpoador mudava para Cabo Frio, em frente ao Hotel Malibu.





Em um dos carnavais em Cabo Frio, almocei na casa dele. A mãe, a “General”, preparou um cozido que comemos em prato fundo até, literalmente, cairmos, um para cada lado, em sono profundo. O Telmo, do Museu do Surf, estava nesse rega-bofe.



Em outro carnaval, bem mais recente, no Rio, ele estava internado por causa da diabetes. No hospital conheci Pierre e Jason. Foi a única vez que vi Mahar triste.





Depois só estive com ele em aniversários e festas da turma. Ele já usava a bengala.





Acompanho o blog que tem um estilo inconfundível. Adoro suas frases criativas, de impacto, mas com absoluta precisão e bom-humor.





Quanto mais o tempo passa, mais acredito em reencontros e agora, com a perda do nosso Amigo, só tenho uma certeza:





Ele tem uma “vaga para carro grande” no meu coração...




Com carinho para José Benedito Rezende, O Grande Mahar


Imagem: Mahar visitando orfanato no Natal - foto Sergio Santos c.1985


Links:



maharpress.blogspot.com/
O amigo Mahar, idealizador e dono do blog Maharpress, se foi. Mas seu trabalho continua como se o blog tivesse piloto automático.






Vídeos no YouTube:





Trecho da matéria sobre o encontro de Águas de Lindóia, exibido em Maio de 2007, pelo programa de Tv A Biela onde o jornalista José Rezende Mahar fala sobre ...
youtube.com












... https://youtu.be/KISA-MeNFiQ


No contexto do VII ABC Old Car foi realizada a palestra de José Rezende Mahar, conhecido e respeitado jornalista de automóveis. Na palestra Mahar discorreu s...
youtube.com

PARA VISUALIZAR EM SMARTPHONE, CLIQUE 
"VISUALIZAR VERSÃO PARA WEB"
NO RODAPÉ DA PÁGINA.




Nenhum comentário:

Postar um comentário